A dor no ombro é uma das queixas musculoesqueléticas mais comuns nos consultórios ortopédicos. Entre as possíveis causas, a tendinite calcária do ombro se destaca por provocar dores intensas e súbitas que muitas vezes limitam a movimentação do braço. Mas afinal, o que é essa condição? Como ela se desenvolve e quais são as opções de tratamento disponíveis?
Neste artigo, você vai entender de forma clara e acessível tudo sobre a tendinite calcária, desde os sintomas até os tratamentos mais modernos, com embasamento científico e linguagem fácil de entender.
Causas da tendinite calcária do ombro
A tendinite calcária do ombro é causada pelo acúmulo de depósitos de cálcio (hidroxiapatita) nos tendões do manguito rotador — especialmente no tendão do músculo supraespinal. Esse acúmulo leva a uma inflamação intensa, dor aguda e limitação funcional.
As causas exatas ainda não são completamente compreendidas, mas fatores associados incluem:
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Degeneração dos tendões com o passar da idade;
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Alterações metabólicas, como diabetes e distúrbios hormonais;
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Microtraumas repetitivos na região do ombro;
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Fatores genéticos e predisposição individual.
O processo costuma evoluir em fases: formação do depósito, fase de dormência (quando o paciente pode não sentir dor), fase de reabsorção (com dor intensa), e fase de cicatrização.
Sintomas: como identificar a tendinite calcária
Os sintomas variam conforme a fase da doença, mas os principais sinais incluem:
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Dor intensa e súbita no ombro, que pode irradiar para o braço;
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Dificuldade de movimentar o ombro, especialmente para levantar o braço;
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Sensação de rigidez articular;
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Desconforto noturno, principalmente ao deitar sobre o lado afetado;
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Em casos mais agudos, pode haver vermelhidão e inchaço local.
É importante destacar que, em alguns casos, o depósito de cálcio pode estar presente sem causar sintomas — sendo detectado apenas em exames de imagem.
Diagnóstico: exames mais indicados
O diagnóstico é realizado por meio da avaliação clínica e exames de imagem. Os mais utilizados incluem:
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Radiografia do ombro: fundamental para identificar a presença dos depósitos de cálcio;
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Ultrassonografia: permite avaliar a localização e o tamanho do depósito;
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Ressonância magnética: útil para visualizar estruturas mais detalhadas, como tendões e bursas, e avaliar lesões associadas.
A análise do histórico clínico, associada aos exames, permite um diagnóstico preciso e a definição da melhor abordagem terapêutica.
Tratamentos: do conservador ao intervencionista
A escolha do tratamento depende da intensidade da dor, do tamanho dos depósitos e da fase em que a condição se encontra. As opções incluem:
Tratamento conservador:
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Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs);
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Fisioterapia, com foco na mobilidade e fortalecimento muscular;
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Repouso relativo e aplicação de gelo nas fases agudas.
Terapias intervencionistas:
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Infiltrações com corticosteroides para alívio da inflamação;
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Lavagem percutânea do depósito com agulha e soro fisiológico, guiada por ultrassom;
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Ondas de choque extracorpóreas (ESWT), que estimulam a reabsorção dos cristais de cálcio.
Cirurgia (último recurso): Quando os métodos anteriores não são eficazes, a artroscopia do ombro pode ser indicada para remoção direta dos depósitos calcificados.
Prevenção e cuidados
Embora nem sempre seja possível evitar a tendinite calcária, algumas medidas podem reduzir os riscos:
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Manter a musculatura do ombro fortalecida e alongada;
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Evitar esforços repetitivos sem preparo adequado;
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Tratar corretamente outras condições, como diabetes e disfunções hormonais;
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Realizar avaliações médicas regulares, principalmente em pessoas com histórico de dor no ombro.
A prevenção também passa pelo autocuidado e pela atenção aos primeiros sinais de dor, evitando que o quadro se agrave.
Conclusão
A tendinite calcária do ombro é uma condição que pode causar dores intensas e impactar a qualidade de vida. Felizmente, o diagnóstico é simples e os tratamentos, quando bem conduzidos, são eficazes. Se você sente dor no ombro ou suspeita dessa condição, procure um especialista em ortopedia. O diagnóstico precoce e o tratamento correto fazem toda a diferença.
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